Ainda há pouco uma amiga postou uma foto sobre a situação
das calçadas de Curitiba. É obvio que era para criticar a péssima situação do
nosso piso urbano. Porem, precisamos voltar um pouco no tempo para entender as
razões do problema.
A grande maioria das calçadas curitibanas é composta de
pedras irregulares. Foi uma época em que se extraiam pedras de pedreiras próximas
e lapidavam-nas nos presídios. Uma forma de ocupar produtivamente a população de
encarcerados. Então pergunto como exigir regularidade de um trabalho feito
manualmente tendo apenas como diretriz a padronização de tamanho? A única coisa
que se obtinha eram pedras similares com padrão de acabamento variado.
Era uma época em que precisavam calçar nossa cidade e esta
foi a solução, inteligente diga-se, encontrada. O mesmo ocorreu com a pavimentação
de ruas e avenidas. Lembram-se dos paralelepípedos? Em algumas ruas do centro histórico
eles ainda estão presentes. Um verdadeiro teste para a suspenção e freios de
nossos veículos. E pensar que circulavam sobre eles carroças sem amortecedores.
Como falei a solução foi inteligente, integrando mão de obra
disponível, barata e a necessidade de um grande volume de pedras para a cidade
emergente. Porem, pensemos numa coisa: Na carga de tristeza e melancolia que trazem
estas pedras.
Apenados homens privados da liberdade, saudosos de seus
familiares a quebrar pedras para ver o tempo passar. Cada martelada sobre a
rocha deveria trazer uma carga emotiva muito grande e talvez seja por isto que
andamos trôpegos pelas calçadas da cidade. Tanta maledicência.
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