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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Calçadas da tristeza


Ainda há pouco uma amiga postou uma foto sobre a situação das calçadas de Curitiba. É obvio que era para criticar a péssima situação do nosso piso urbano. Porem, precisamos voltar um pouco no tempo para entender as razões do problema.
A grande maioria das calçadas curitibanas é composta de pedras irregulares. Foi uma época em que se extraiam pedras de pedreiras próximas e lapidavam-nas nos presídios. Uma forma de ocupar produtivamente a população de encarcerados. Então pergunto como exigir regularidade de um trabalho feito manualmente tendo apenas como diretriz a padronização de tamanho? A única coisa que se obtinha eram pedras similares com padrão de acabamento variado.
Era uma época em que precisavam calçar nossa cidade e esta foi a solução, inteligente diga-se, encontrada. O mesmo ocorreu com a pavimentação de ruas e avenidas. Lembram-se dos paralelepípedos? Em algumas ruas do centro histórico eles ainda estão presentes. Um verdadeiro teste para a suspenção e freios de nossos veículos. E pensar que circulavam sobre eles carroças sem amortecedores.
Como falei a solução foi inteligente, integrando mão de obra disponível, barata e a necessidade de um grande volume de pedras para a cidade emergente. Porem, pensemos numa coisa: Na carga de tristeza e melancolia que trazem estas pedras.

Apenados homens privados da liberdade, saudosos de seus familiares a quebrar pedras para ver o tempo passar. Cada martelada sobre a rocha deveria trazer uma carga emotiva muito grande e talvez seja por isto que andamos trôpegos pelas calçadas da cidade. Tanta maledicência. 

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