Sempre que posso, depois de correr, sento num banco do
parque e faço uma meditação que por sinal me faz muito bem. Quando voltei do
transe, em outro banco a minha frente havia um casal, aparentando ter mais de
sessenta anos cada um imaginei que a relação deles deveria ter feito, pelo
menos, bodas de ouro. Ela estava sentada em um canto e ele que havia chegado da
caminhada estirou-se a seu lado.
Determinado momento em total conjunção com a manha fresca no
parque algo aconteceu. Ele se levanta e toma lugar ao lado da companheira, bem
no canto do banco, deixando um equilíbrio fotográfico perfeito. Um banco, um
casal sentado num dos cantos, um lago ao fundo e uma árvore emoldurando tudo.
Não estava perfeito e então o casal se abraça, ela recosta
sua cabeça no contorno de seu pescoço e só. Não precisava ter um leitor de
mentes para entender o que estava passando por suas cabeças naquele momento
singular. Um gesto que vale por mil
palavras, mais uma declaração entre eles, um agradecimento quem sabe. Não precisou
de um beijo novelesco, ou uma postura insinuante para chamar a atenção. Chamou a
atenção pela singeleza, pela pureza e pelo significado de um simples e terno
abraço.
Pena que não estava minha máquina a postos, teria sido uma
bela imagem. E se tivesse que dar um nome para a cena seria: Ah o amor!
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