Esbaforido, quase terminando minha corrida de oito quilômetros, já próximo do final vejo na praia dois salva vidas agarrados e se debatendo com um rapaz na areia. Claro que parei.
O cidadão alcoolizado pretendia a todo custo se matar afogado e os dois rapazes tentavam detê-lo. Fui o primeiro a chegar e logo formou-se uma platéia para o incidente.
Imediatamente chamaram a PM, pois era caso de conseguir segurar o potencial suicida que se debatia e desacatava a todos. Dois soldados da gloriosa Polícia Militar de Santa Catarina foram acionados e chegando à ocorrência nada puderam fazer a não ser imobilizar o homem com algemas além de segurá-lo deitado na areia. A essa altura já acumulavam muitos curiosos para presenciar a desgraça alheia.
A primeira pessoa a tentar intervir foi o que podemos chamar de clone da Marina Silva. Entenderam né?
Mão espalmada na testa do infeliz gritava palavras de ordem. "Sai demônio!". O rapaz bebadaço, levanta a cabeça e diz: "Dona. Não tem demônio algum aqui, eu estou só".
Na sequência, enquanto se debatia e o policial tentando contê-lo aparece uma madame, tipo defensora do politicamente correto e diz ao policial "Por quê tanta violência?".
Comecei a rir da situação, mas o policial foi rápido e disse: "Senhora, venha fazer o meu serviço então".
Nisso um gordinho saca seu celular e começa a filmar tudo. O policial grita ao seu companheiro e ordena que ele seja preso por constranger o trabalho da corporação.
Por fim; chega a mãe do suicida. Dá-lhe dois tapas na cara, xinga-o de bêbado, sem vergonha e pede que a polícia o leve preso. A cereja do barraco, digo do bolo.
A PM informa que não pode prender o cidadão, que trata-se de caso clínico e é necessário chamar o SAMU.
Lembrei do verso da canção: Tá lá um corpo estendido no chão. Chega! Vou embora alongar um pouco.
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