Haverá de passar
muito tempo até que consiga entender o que aconteceu comigo nos últimos dias. Incrível
como somos. Por mais que a idade de um ente querido prenuncie o final de sua existência,
nós não queremos aceitar. Como se as pessoas amadas devessem ser imortais.
Certa vez, em algum
lugar, li ou ouvi que é importante na vida das crianças introduzir o conceito
da perda pela da morte. Então alguém falava que era bom que as crianças
iniciassem a ter experiência desta relação para que fossem desenvolvendo sucessivamente
seu entendimento a respeito do assunto.
Eu que deveria ter
iniciado este aprendizado lá em mil novecentos sessenta e oito quando meu pai
faleceu fui fazê-lo justamente na semana passada, nos meus tenros cincoenta e três
anos. Confesso a vocês esta sendo difícil. Mesmo porque pelas circunstancias da
vida a perda parece estar sendo maior, como se tivesse perdido pai e mãe juntos,
uma vez que minha mãe cumpriu bem os dois papeis.
Como é de meu perfil,
em momentos críticos eu tenho a cabeça no lugar, consigo reagir e fazer as
coisas que precisam ser feitas sem cair em desespero. Porém depois, quando a
poeira senta, eu desmorono. E assim tem sido estes dias pós Giuseppina, dias de
arrebatamento. Um dia quem sabe quando tudo retornar ao curso natural eu me dê de
presente uma viagem para espairecer um pouco. Será preciso.
Não obstante, numa
situação destas você acaba conhecendo quem são as pessoas que realmente te
amam. Aquelas que tem uma palavra amiga, um consolo, aquelas que fazem questão de
estar contigo e aquelas que tem preocupação total com você.
Agradeço desta
forma todas as mensagens recebidas, todos os amigos que de uma maneira ou de outra
deixaram-nos uma palavra de conforto, um ombro, um amparo.
Segue a vida e eu espero muito em breve estar
cem por cento no blog e poder retribuir seu carinho. Em meu nome e em nome de
meus filhos e de nossos parentes: Muito obrigado.