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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Estórias da Dona Pina - Minha curta carreira de ladrão

Já contei esta estória algumas vezes, mas aqui ainda não. Vamos ao causo então.
Antes de completar dezoito anos, como qualquer adolescente, era maluco para poder dirigir. Não podia esperar completar a idade para tirar carteira de motorista. Claro que minha mãe não autorizava dirigir sem carteira. Então como todo bom adolescente o que eu fazia?
Roubava o carro de minha mãe.

E isto aconteceu em 1977, uma noite peguei o carro “emprestado” da minha mãe para ir numa balada no clube que ficava a exatas duas quadras de casa. Julgava eu ser muito poderoso ir para a boatinha de carro. E algumas vezes, dada a recusa da Dona Pina eu surrupiava o Fucon dela para ir fazer bonito com as meninas da época.

Até, que desta vez eu desfilava no clube com o chaveiro do carro à mostra quando um porteiro me chamou. Ao localizar-me, me abordou e perguntou se era eu o Renato. Diante da confirmação apontou para um longo corredor e disse: Aquela senhora quer falar com você.
Jamais esquecerei desta imagem. Lembro de ver minha mãe no fim do corredor de robe e chinelo me encarando. O que então fiz baseado na minha coragem?

Entreguei o chaveiro do carro para ele e disse que não queria falar com ela. Ela resgatou seu Fucon e foi embora para casa. E eu fui para casa de minha irmã aonde permaneci por uma semana dormindo na sua sala até a poeira baixar, fato que não me livrou de uma bela bronca e alguns pratos arremessados na minha volta. E assim encerrei minha recém iniciada carreira de larápio.


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