Antes de completar dezoito anos, como qualquer adolescente, era maluco para poder dirigir. Não podia esperar completar a idade para tirar carteira de motorista. Claro que minha mãe não autorizava dirigir sem carteira. Então como todo bom adolescente o que eu fazia?
Roubava o carro de minha mãe.
E isto aconteceu em 1977, uma noite peguei o carro “emprestado” da minha mãe para ir numa balada no clube que ficava a exatas duas quadras de casa. Julgava eu ser muito poderoso ir para a boatinha de carro. E algumas vezes, dada a recusa da Dona Pina eu surrupiava o Fucon dela para ir fazer bonito com as meninas da época.
Até, que desta vez eu desfilava no clube com o chaveiro do carro à mostra quando um porteiro me chamou. Ao localizar-me, me abordou e perguntou se era eu o Renato. Diante da confirmação apontou para um longo corredor e disse: Aquela senhora quer falar com você.
Jamais esquecerei desta imagem. Lembro de ver minha mãe no fim do corredor de robe e chinelo me encarando. O que então fiz baseado na minha coragem?
Entreguei o chaveiro do carro para ele e disse que não queria falar com ela. Ela resgatou seu Fucon e foi embora para casa. E eu fui para casa de minha irmã aonde permaneci por uma semana dormindo na sua sala até a poeira baixar, fato que não me livrou de uma bela bronca e alguns pratos arremessados na minha volta. E assim encerrei minha recém iniciada carreira de larápio.
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