Pequeno conto de horror de Natal - II

Feliz natal pra você que precisa ir fazer compras no shopping.
Domingo chuvoso, nada para fazer, de alguém vem aquela brilhante ideia: “Vamos ao shopping fazer as compras de natal?”
Ferrou! Você concorda porque se esqueceu que shopping e chuva começam com o mesmo fonema. Não dá para ir ao zoológico, vai-se ao shopping, não dá para ir ao aeroporto, vai-se ao shopping.
Lá chegando, dirige-se ao estacionamento que na entrada tem uma placa indicando o número de vagas para estacionar. No estacionamento cabem cinco mil veículos, mas ali diz que tem apenas quatro disponíveis. Duvidando do improvável você entra e... Fica parado num beco sem saída porque lá na frente tem alguém que resolveu esperar a sorte grande e aguardar uma vaga caída do céu. Depois de meia hora, desiste e estaciona lá fora que é melhor.

Dentro do shopping tem duas opções. Ou acompanha a patroa para passar o cartão e carregar as sacolas enquanto recebe todo tipo de agressões. Pisada no pé e cotoveladas são as mais frequentes. Ou comete a segunda asneira que é ir para a praça de alimentação aguardar o horário combinado de ir embora. Você chega, compra seu lanche e aí se toca que precisa sentar. Só que para isto precisa encontrar uma mesa livre. Desconsidere os espertinhos que marcam mesa e vão comprar os lanches; existe uma estratégia para conseguir lugar. A técnica é ficar olhando com cara de cachorro faminto para aquela família que já comeu toda a batatinha do MacDonalds e se enrola para sair. (Vai por mim, dá certo).

Tudo bem. Duas horas após, a pizza que você comprou já esfriou e endureceu, o chope esquentou, mas enfim você sentou. E poucos minutos depois o celular toca. É a boa notícia chegando. É hora de ir embora. Que alívio.
A saída é a melhor coisa que pode acontecer num shopping em véspera de dia festivo.
Chegando em casa, mal estaciona na garagem, suspiro aliviado e em seguida vem a constatação:
“Ih! Esqueci o presente da tia Zazá!”