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quarta-feira, 22 de março de 2017

Velho e grávido

Não vou usar aqui o termo velho, mesmo porque não me sinto assim com meus cincoenta e sete anos. Usarei o termo “experiente”.

Então; quando você fica “experiente” algumas coisas na vida ficam mais obvias. A própria já que a vida te encarregou de ensinar vários caminhos das pedras para os mais diversos desafios, a partir daí você assume novos papeis na família, o de oráculo, o de consultor, e também o de chato. Chato porque às vezes, por conhecer causas e consequências, você se nega e se mostra cético. Passa por ultrapassado.

Não tem problema. Todo mundo fica “experiente” e ultrapassado um dia.

Eis que, do alto de minha “experiência”, muita coisa já havia sido sedimentada em minha cabeça e confesso que por vezes me denominei “chato”, me auto cobrando: “Não seja chato Renato”, até minha namorada me cobra assim, no que ela tem lá suas razões. Assim sendo, a vida de um “experiente” segue mais contemplativa do que nunca de tal maneira que seguimos procurando o excepcional, aquilo que ainda não vivemos. Emoções diferentes.

Como este “experiente” aqui não busca emoções fortes em coisas proibidas, confesso, a maior expectativa estava pela chegada de um neto. Passados alguns anos depois do casamento de meu filho enfim veio a notícia. Serei avô; serei Nono, como se denomina avô na Itália.

Vem aí Mateus!
A próxima atração na programação da vida que segue.

Incrível, o ser ainda nem saiu do ventre e já muda substancialmente nossa vida. E uma coisa ele já conseguiu. Conseguiu o milagre de alongar este ano, e como serão longos os meses de espera para sua chegada.
Não sei bem a razão, mas acho que me tornei um “experiente” grávido de um neto. 

Vão ter que me aguentar.

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