Para coroar essa semana produtiva, vou contar pra vocês um "causo" ocorrido enquanto eu trabalhava em Porto Alegre.
Fiquei quase dois anos trabalhando em Porto Alegre, fui para ficar um mês, e pelos resultados fui ficando. Minha vida havia se transtornado numa loucura, uma vez que a empresa me disponibilizava semanalmente minha volta para Curitiba apenas para finais de semana, então virei um rato de aeroporto. Tão conhecido que quando chegava no aeroporto de Porto Alegre o pessoal da TAM já me tratava pelo nome assim como sabiam da minha preferência pelas poltronas da frente. Enfim uma loucura.
Na filial da empresa que acabei por reformular conheci muita gente bacana, até minha chegada havia muita desconfiança quanto à sua postura pois a empresa havia sido roubada em seus procedimentos. No fim, acabei concluindo que os funcionários eram vítimas daquele que fez toda a operação e acabou que ninguém foi demitido. Dentre esses funcionários destacava-se uma vendedora. Uma senhora mãe de quatro filhos e que era muito bem aceita pelos clientes; chamava-se Jaqueline e como toda Jaqueline era carinhosamente chamada de Jaque. Precisasse resolver problemas comerciais era só pedir para ela que a coisa caminhava.
Ela no entanto tinha seus problemas familiares. Um deles era seu marido, adicto à jogo que lhe dava muita preocupação. Certa vez, numa conversa em horário de almoço, perguntei-lhe como fazia para resolver suas pendengas com ele. Ela, com bom sotaque gaúcho destacado me respondeu:
"Seu Renato vou lhe contar meu segredo. Primeiro eu fecho a cara. Depois eu fecho a boca. E se não resolver eu fecho as pernas".
Não saiu de minha memória essa cena, e assim de tudo que vivi nesse tempo maluco guardo boas lembranças do povo lá dos pampas. E cá entre nós, que minha mulher não siga o conselho da Jaque.
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