Ontem no bufe, na hora do almoço, sentei-me próximo, respeitando às regras do distanciamento social, a uma senhorinha. Muito simpática começou a conversar comigo.
Chama-se Dalila, é viúva e sem filhos, recebe a visita de duas sobrinhas que estão atentas à sua saúde. Muito magra e delicada, aparentou ter uma ótima saúde para sua idade. Conversei com ela com a impressão de estar falando com a minha mãe. Almoçamos e a conversa foi boa.
Falamos sobre o crescimento da cidade, a segurança, a insegurança, os costumes da nova geração. Bem, falamos sobre as situações que habitualmente confrontam os mais velhos, no caso ela e eu. Uma simpatia dona Dalila.
Na saída o dono do restaurante que é um grande amigo me contou mais sobre ela. Ela é uma das herdeiras do antigo sítio em que se transformou o bairro da Água Verde. Com o crescimento da cidade foi negociando frações da propriedade da família com construtoras que ergueram seus edifícios no bairro. Trocou áreas por apartamentos e hoje leva uma vida de rendas. Não se sabe muito bem quantos imóveis tem, mas não poucos.
Ela me fez lembrar um pouco da estória de meu sogro que nos anos setenta comprou uma área grande de frente para o mar e fundos para um morro em São Chico e que hoje se transformou num lindo balneário catarinense. Talvez, hoje não consiga comprar mais uma área grande nem numa praia e muito menos numa cidade como Curitiba, mas se der, comprarei nos arrabaldes da cidade. Deixar lá parado enquanto a cidade cresce; e um dia, lá no futuro, um bisneto venha a se beneficiar do patrimônio e assim lembrar de mim em agradecimento: "Esse meu bisavô foi um homem de visão!"
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