Ontem, enquanto comemorávamos o dia dos namorados num agradável jantar regado com vinho falamos sobre diversos assuntos.
Veio à tona uma lembrança de minha infância da qual nunca tinha notado o quanto foi marcante na minha vida.
Estou falando lá de 1974, quando minha mãe tocava um restaurante na praia de Caiobá. Ocorria uma situação interessante. Junto no restaurante havia outra família com dois meninos da mesma idade que a minha. Eles pegaram recuperação na escola aqui em Curitiba. Eu que já havia passado “por média” ficava na praia com os pais deles e eles aqui com minha mãe até que o ano letivo acabasse.
Por conta desse arranjo, minha mãe só descia para Caiobá aos finais de semana, justamente para atender os dias de maior movimento no restaurante. A lembrança que pegou pesado ontem acontecia às sextas feiras em que aguardava a chegada de minha mãe que descia de ônibus até a praia. A pequena estação da Sulamericana ficava no visual da casa aonde parávamos e eu sem informações acompanhava todos os ônibus que chegavam de Curitiba. Coração apertado até sua chegada era um alívio receber aquele abraço carregado de amor.
Passa a vida, ficamos adultos, os pais partem e não voltam mais. Eu, aqui parado me vejo a espreita de todos os ônibus que chegam na estação e ela não chega mais. Um dia que embarcará serei eu.
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