Tivemos um caseiro na praia que marcou época. Manoel,
carinhosamente chamado de Mané e para os próximos Índio, este o meu caso.
Mané Índio era uma pessoa humilde, mas cheia de recitar
provérbios e frases de efeito. Uma delas que bem dizia sempre quando precisava
enaltecer suas qualidades era: “Tem que ter curso”.
Tudo o que você não sabia fazer e ele sabia Mané emendava um:
“Tem que ter curso”.
Hoje cedo me lembrei dele com seu bordão. No final do ano passado
eu e Kátia tiramos uns dias em Fortaleza e no apartamento que alugamos tinha
uma torradeira. Confesso que fiquei maravilhado com o conforto que a maquininha
me proporcionava. Tanto elogiei que papai Noel me trouxe uma.
Comecei a utilizar minha torradeira e no dia a dia notei que algumas vezes, mesmo a temperaturas mais baixas, a fatia de pão passava do
ponto, ou seja, queimava um pouco. Preparando meu café esta manhã, observei que
é possível ajustar a fatia de pão dentro da geringonça e fazendo com que o pão
não encoste na lateral próxima à resistência ele saí douradinho sem queimar.
Pensando um pouco mais, cheguei a conclusão que tudo o que
fazemos de novo em nossas vidas denota de observação e experiência, seja na
condução de um avião, um carro ou de uma simples e inofensiva torradeira elétrica.
Mané tinha razão: “Tem que ter curso”.
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