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terça-feira, 12 de abril de 2011

O preço da "dor"

Amigo leitor (pode ser inimigo também, não tem problema), me diz uma coisa:

Se tivesse que dar um preço para os dedos de sua mão direita e para sua vida quanto você pediria?
Certamente a sua vida vale muito mais do que os dedos da mão. Correto?


Pois bem, num papo filosófico (também chamado de papo cabeça) me provaram quem nem sempre é assim. No caso estamos falando baseados em decisões judiciais. Analise a situação:
Um operário que trabalhava a muitos anos numa determinada empresa perdeu três dedos da mão direita numa prensa. Pela perda foi indenizado na justiça com cem mil reais. Passado alguns anos o mesmo operário foi acometido de uma doença originária de seu ambiente de trabalho. Morreu. Sua esposa em pose de laudos médicos acionou a empresa na justiça. Foi indenizada em quarenta mil reais.

Como pode a vida de um homem valer menos do que os três dedos da mão?
À luz do entendimento racional podemos pensar que se trata de um sofisma. Aqueles raciocínios filosóficos usados para provar absurdos. Mas não é. Aí que entra a explicação dos especialistas em direito.


O que acontece é que a indenização dos dedos da mão foi paga ao dono dos dedos perdidos, logo o homem foi indenizado por uma dor maior e a conseqüente incapacidade de ter uma vida normal após o ocorrido. Já a indenização pela morte do homem foi paga para a viúva que nem relação teve com a empresa empregadora, e em que pese os danos decorrentes da ausência do marido não teve o prejuízo de morrer como o seu marido. Logo se a indenização tivesse sido solicitada e paga para o morto com certeza seria muito maior, mas como morto não pode ir ao tribunal brigar por seu direito fica do jeito que esta.


O exemplo serve para esclarecer o que é Assédio Moral, que nada mais é do que tentar dar valor a dor que uma pessoa possa sofrer. Achei muito interessante de tal forma estou publicando para seu conhecimento e discussão.

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