Amigo leitor. Por favor, para ler este texto coloque uma
música italiana de fundo, daquelas de filme de Fellini, uma tarantela vai bem,
eu sugiro.
No sul da Itália, numa ilha paradisíaca do mediterrâneo chamada
Capri há uma lenda que fala da existência de sereias. Não são todas as mulheres
do local que se transformam, apenas algumas detém esta poder mágico.
Pois bem, conheci uma destas sereias. Mulher de fibra, destemida, que cruzou
oceanos, enfrentou guerras e veio parar aqui nesta terra. Não se importou com
as diferenças, saltou dificuldades e cumpriu seu ideal: “Fez a América”. Tal o
sonho de milhares de jovens italianos que fugiam dos dividendos de uma guerra catastrófica.
Aqui plantou sua boa semente, fincou suas raízes e deu
frutos, muitos frutos. Tudo a que se propôs frutificou, foi generosa a terra
que a acolheu e esta sereia distante do seu azul mar de Capri ficou.
E ficando fez família, a qual com zelo de mãe italiana
cuidou com muito carinho, com muito amor. São filhos, netos e bisnetos que
trazem no semblante a alegria e no corpo o sangue da sereia de Capri.
Passados noventa e um anos hoje esta sereia nos deixou, cumprida
sua missão retornou para o lugar das lendas que é memória daqueles que as
conheceram porque sereias não morrem, elas apenas voltam para o lugar de onde
vieram. Os que não acreditam em sereias terão que esperar a próxima e sabe-se
lá quando outra aparecerá por estas bandas novamente.
Dedico este texto a memória de minha mãe que hoje nos deixa
para tornar-se lenda.
Te amo vechiarella.
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