Logo que comecei a namorar com Kátia, certa vez ela me
presenteou com uma toalhinha que havia feito para o seu enxoval. Na toalha tem
seu nome bordado e a recomendação junto como presente era para que não a
esquecesse. Esta toalha eu guardo como recordação ao lado da cama até hoje.
Semana passada fui fazer uma faxina em alguns armários e num
deles que estava repleto de jogos de cama e toalhas encontrei uma toalhinha do
mesmo tipo, porém nesta esta bordado o nome de minha ex-mulher. Num primeiro
momento pensei em dar fim como fiz com tantas coisas inúteis que estavam dentro
do meu apartamento.
Porém, mudei de ideia. Vou manter a recordação como única lembrança
da pessoa que a meu lado construiu uma família, não importando o que tenhamos feito
anos depois com ela, foi uma família e em muitos momentos feliz, isso é inegável.
Hoje vejo que é possível manter recordações de meu passado
mesmo que os personagens tenham me dado tanta dor de cabeça, afinal não
conseguimos esquecer uma pessoa à medida que desejamos esquecê-la, pois toda
vez que ordenamos o esquecimento de nossa memória estamos nos lembrando dela.
Palavra de Freud.
Assim terei a toalha de Kátia perto de mim e a da mãe dos
meus filhos em algum lugar. Uma para lembrar que vivo um grande amor e a outra acho
que como um marco a ser lembrado sempre que de tempos em tempos a rever e poder
então me perceber dos erros e acertos da vida.
Fábio Jr se fizer o mesmo vai montar um toalheiro.
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