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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Bullying - Como Resolver um Caso Pelo Método Fácil e Rápido

Eram os anos noventa, nem se falava em bullying neste tempo. Meus filhos estudavam no Colégio Bom Jesus. Colégio Franciscano de Curitiba, em determinado momento da trajetória de minha filha na escola, já pré adolescente, começou a queixar-se de que umas amigas estavam lhe ameaçando por ser gordinha. Começou a voltar chorando para casa quando ia pegá-los; na saída repetia-se aquele chororô. Eram três meninas lideradas por uma japonesa que a discriminavam, e creio que ao notar seu temor continuavam a intimidá-la.

Justo neste período meu filho mais novo estava envolvido em aulas de artes marciais, coisas de garoto, que frequentava três vezes por semana. Movido pelo desespero de ver a filha mais velha chorando quase que diariamente tive uma ideia para resolver a questão.

Ensinei a responder as ameaças com agressividade. Durante uma semana colocávamos colete, luva e capacete na Juju e a treinamos para que ela aprendesse a bater. A ideia era essa uma vez que meninas não tem esta noção e nem jeito para brigar. Ensinei como socar, aonde socar, em que momento socar sua detratora. Em uma semana ela estava pronta. Faltava por o plano em ação.

Como as meninas só lhe ameaçavam dizendo que a surra seria no dia seguinte, orientei-a que quando lhe fosse proferida a ameaça sua reação deveria ser a seguinte. Deveria dizer à líder: “Não será amanhã. Será agora”. E então descer o cacete nela, que com certeza as outras duas laranjas iriam correr. Foi o que aconteceu.

Naquele final de aula, as trouxas fizeram tudo como sempre faziam e a Juju fez tudo como ensinamos. Melhor. Estava tão bem treinada e raivosa que deu uma muqueca na cara da japinha e fez esta ir ao chão, e depois soubemos que foi parar no ambulatório. Nunca me esquecerei do alívio que foi vê-la contando quando chegou ao carro. A partir de então o problema seria meu, pois sabia, que com certeza, seria chamado pelo frei orientador. E assim aconteceu já no próximo dia.

Chamado na escola cheguei à sala da orientação disciplinar onde estavam o frei, a japinha e sua mãe. Era tudo o que precisava para fundamentar minha defesa. Feita a exposição do problema pelo frei, tomei a palavra e contei que fora eu quem orientara minha filha a tomar tal atitude, e que preferia estar ali naquela situação do que estar ali lamentando uma agressão à ela. A japinha confirmou tudo o que sabíamos a respeito das ameaças. Sua mãe ficou muito p... da vida, mas parece que também não levou adiante e saiu dali falando em amizade e respeito. Se me lembro minha filha pegou um dia de gancho e quando retornou à sala, retornou com status de heroína. Pergunto: Alguém na sala iria querer encarar a minha gordinha boxer?

Agradável lembrança das situações que a vida nos impõe Hoje não tomaria e mesma atitude. Aqueles anos permitiam este tipo de resolução. Quanto à japinha que hoje deve ser japona e mãe, creio que ficou uma lição que nem seus filhos repetirão.


#Bullying
#renatodeluca

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