Vai passar. Vai mesmo. O aniversário da perda da Copa. O pé na bunda. O tratamento chato pra uma doença recém-descoberta. O período torturante até levantar um projeto. As provas da vida. O aperto de grana. Aquela insegurança quando a gente começa um trabalho novo. A dor da traição. A dor, enfim. Passa.
Vai passar. Tenho repetido essa frase mais de uma vez por dia, para pessoas diferentes que Deus coloca no meu caminho, em situações tão diferentes. Tão doloridas. Repito em frente ao espelho, mais de uma vez por dia.
Às vezes parece uma eternidade. Às vezes a gente diz isso com o olhar cheio de esperança e a voz firme. Outras quase sussurrando em meio a lágrimas. E as horas passam, os dias passam, os meses passam. A gente passa. Passa por tudo aquilo que um dia fez mal.
E começa a passar. Devagarinho, a conta gotas.
Ou então, algo acontece e quase que magicamente muda tudo. Ou sem mágica, apenas com olhos atentos e coração aberto.
De uma forma ou de outra, o olhar apagado volta a brilhar. No espelho, o sorriso já não parece mais tão forçado. E a vida fica mais leve porque a gente volta a acreditar. Não em alguém, mas na vida. Em nós mesmos. Nesse olhar que a gente já tinha saudade.
Pode não ter passado, mas vai passar.
(Eduardo Mello)
#renatodeluca
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