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sexta-feira, 31 de julho de 2015

O grito

Lembro que aconteceu, mais ou menos neste período há alguns anos atrás. Estava passando por sérios problemas pessoais que culminaram com meu divórcio.
Não tem como passar por este processo sem ter muito estresse e desgaste emocional. Um maremoto de emoções e sentimentos, quando o amor deixa de existir o que fica além da tristeza é o rancor, a raiva, enfim muitos sentimentos ruins.
E nesta ambientação toda, lembro que certa manhã estava indo com a ex para a UP, deveria deixa-la para um tratamento dentário, discutíamos no trajeto por razões quem nem me lembro mais. Pressionado, em determinado momento, involuntário, assim como ato reflexo, soltei um grito.
Foi um grito de desespero, mas também foi um grito de alívio, uma descarga de adrenalina vinda do fundo da alma, do fundo das minhas entranhas.  Um grito estrondoso, um grito libertador.
Um grito que não queria dar, e dei. E depois dele tudo fluiu, e por fim entendi que tudo havia terminado.

Hoje vendo a obra de Edvard Munch entendo perfeitamente o que o artista quer dizer na sua obra.


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