Costumo desligar meu celular à noite. Em minha concepção, notícias boas ou ruins podem esperar o amanhecer do dia para serem dadas. Por conta desse meu costume a dona Kátia quase me mata, fazer o quê? Costume de velho, ela diz.
Em 2017 minha nora estava grávida, aguardávamos o nascimento de meu neto Matheus. Eis que ao ligar o celular naquele amanhecer quando acordei, havia uma série de recados deixados por meu filho dizendo que estava indo para a maternidade pois havia chegado o momento do nascimento e deveríamos estar juntos na maternidade. A primeira coisa que fiz foi ligar para ele, e claro que naquela hora Matheus já havia vindo ao mundo. Eu nada mais poderia fazer que desse suporte à situação.
Tomado da emoção por ter me tornado “Nono” e possuidor da minha peculiar calma em momentos críticos, tomei um banho e me arrumei para o encontro na maternidade. Peguei o carro e antes de tomar rumo fiz uma escala importante no caminho. Parei na Arena; entrei na loja que acabara de abrir e comprei uma camiseta personalizada para o athleticano que havia recém nascido; Matheus.
E assim segui meu caminho até o Santa Brígida. Lá chegando encontro toda família que numa mistura de bronca e bom humor me criticavam, dizendo coisas como: “Mais um pouco chega pro aniversário de um ano”, ou ainda: “Costume de velho desligar o celular pra dormir”. Não importava o conteúdo sutil e maldoso dos comentários. O que importava era que na minha família havia mais um torcedor do Club Athletico Paranaense. E olha que o piá nasceu pé quente, mas isso é assunto pra outra estória
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