Minha diarista já trabalha comigo faz cinco anos. E toda quinta feira, quando vem, traz uma estória nova de sua vida, dos eu cotidiano. É uma mulher de vida sofrida com inúmeros problemas e que faz muito para manter os filhos dando-lhes um padrão muito bom.
Na ultima passada aqui em casa veio com a seguinte estória:
Sua filha, que já é casada, comprou junto com o marido um carro tempos atrás. Junto com o automóvel veio um carnê de trocentas prestações a perder de vista pois de outra forma não poderia compra-lo. Um carro trás consigo uma série de outras despesas que as pessoas não contabilizam na hora de assinar os papéis do financiamento. Dentre eles estão os impostos anuais para poder circular com o veículo.
Semana passada, sua filha foi parada numa blitz e por estar o carro com três anos sem pagar o IPVA e seguro obrigatório foi recolhido ao pátio do Detran. Para retirá-lo deveria pagar os atrasados que somavam mais de três mil reais.
Tentaram arrecadar a soma em família, porém, como todos já se encontram em estado ruim financeiramente não puderam ajudar. Ficando a solução da seguinte forma:
Empenharam o salário do casal recebido no mês; fizeram um empréstimo junto a uma vizinha e, pasmem, acreditem se quiser, venderam a geladeira de casa para totalizar o valor.
Essa a índole do povo brasileiro que deixa de lado uma geladeira para por um carro na garage. Que corre o risco de alimentar seus filhos com comida estragada mas não perde a pose. Brasil sil sil sil.
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