Ontem a noite fomos comer um hambúrguer na casa do meu filho Na saída, perto da meia noite eu e Kátia fomos entregar alguns cobertores para moradores de rua, cobertores que ela angariou em suas redes sociais.
Fazia um frio ameno, perto de sete graus, e começamos pelas ruas próximas ao mercado municipal. Nunca havia tido uma experiência igual em toda minha vida. Feita a distribuição retornamos para casa.. Eu não me contive e durante o trajeto tive uma crise de choro. Vocês não fazem ideia do quão doído é você ver um ser humano se aninhando em vinte centímetros de pedra sob uma marquise para passar a noite fria curitibana.
Tudo isso me levou a uma reflexão na noite que só terminou com o sono chegando lá pelas quatro da manhã. E o questionamento era: Quê Deus é esse que permite a um filho seu tamanho sofrimento?
Sim! Eu não sigo nenhuma religião, e tenho lá minhas dúvidas sobre esse Deus vendido nos templos, esse Deus onipotente, onipresente e onisciente que permite esse tipo de situação. Gosto muito do filósofo Baruck de Espinoza quando disse que o verdadeiro Deus habita em você. É seu caráter, sua ética sua generosidade. Eu vou além, concluo, Deus é a natureza.
Assumir ser ateu ou apenas deísta não me incomoda. Me incomoda é não ver nenhum pastor, padre, rabino, pai de santo atendendo essas pessoas à beira de morrer congelados enquanto as salvas nas igrejas passam para coletar seu dinheiro. Dormi com a consciência tranquila. Ateu, mas em paz comigo mesmo.
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