Para as pessoas de meu convívio sempre falo: "Eu sou avô. Eu tenho netos". É uma maneira de me vangloriar desta condição tão agradável que a vida nos impõe.
Tenho dois netos meninos, a vida ainda não nos deu um ser evoluído na sequência da família, uma menina; mas os dois piás são tudo de bom. Isto dito por avô babão pode parecer estranho. O de cinco anos já segue as tendências dessa geração que está chegando e o menor de dois aninhos está naquela fase que nos faz parecer uns abobados diante de seu desenvolvimento.
O maior tem uma feição enorme pela minha esposa. Toda vez que me faz uma chamada de vídeo a primeira coisa que pede é a "Kai", maneira que desde pequeno ele se refere a ela. Devo confessar que dá um ciuminho, mas como ela foi professora do infantil e atualmente trabalha com professores desta faixa, sabe como atrair atenção dos pequemos. Sorte deles.
O pequeno mora no mesmo prédio em que moro. Inacreditável que ele controla minha vida, no que diz respeito às minhas saídas e chegadas em casa, basta ouvir meus passos ou o barulho das chaves, gruda na porta e aos gritos de "Nôno" começa pedir que abram a porta para me encontrar. Feito isso, corre em minha direção, me captura pela mão e me leva para seu cantinho dos brinquedos. Como negar uns minutinhos de nosso dia para uma criatura assim?
Nossos netos são nossa razão de nossas vida.
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