Em homenagem ao dia dos pais contarei uma passagem muito
interessante de minha vida na condição de pai. Desde quando meus filhos eram
pequenos tivemos oportunidades de passar férias juntos. Acampávamos, íamos a
praia, fazíamos passeios e outras atividades.
Desta vez estava com os dois, Giusy e Luciano, acampando na
extinta Associação Banestado de Praia de Leste. Giusy, mocinha, se comportava
melhor. Luciano era birrento, fazia coisas que os meninos fazem e seco não
queria comer, só se interessava pelo refrigerante e nas refeições sempre tinhámos um toque de choro e discussão.
Adotava uma estratégia para lidar com a situação. Quando o
pequeno me enchia a paciência, levava ele “para dar uma voltinha”, quando
aplicava uma reprimenda verbal ou fazíamos algumas negociações. Saíamos do salão
e quando voltávamos ele terminava “tranquilo” suas refeições.
Numa destas caminhadas em torno do restaurante presenciamos
um funcionário que fazia uma manutenção na tubulação do refeitório saindo de um
buraco no chão. Luciano ficou impressionado, pois o cidadão era moreno e estava
sujo do trabalho e tinha um porte físico enorme. Não perdi a chance, fazendo um
sinal para o homem falei para Luciano:
“Está vendo? Este homem pega as crianças que não comem e
leva para o esgoto”.
Felizmente o cara entendeu minha situação e confirmou falando
alguma coisa. Luciano caiu em nosso conto. A tal ponto que qualquer reclamação
nas refeições era facilmente resolvida com a ideia de chamar o “esgoteiro”.
Luciano se borrava de medo de ir para o esgoto, o respeito era tanto que quando
encontrávamos com o funcionário ele colava na parede e se apressava em dizer
que estava comendo direito.
Ficou marcado na vida do garoto o “esgoteiro”. Ficou marcada
em minha vida mais esta passagem do grande barato que é ser pai. Agradeço a Deus pela felicidade de poder abraçar e beijar meus filhos todos os dias.
Feliz dia dos pais.
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