No dia dois de novembro é lembrado como dia de finados. É indiscutivelmente
uma data triste marcada para que nós, os vivos, dediquemos nossas lembranças
àqueles que nos antecederam.
Então há a tradicional romaria aos cemitérios, cada etnia
com seus costumes, tem quem leve flores, acendam velas e até comidas são depositas sobre os túmulos. Conheci uma
senhora que levava uma cadeira e sentava-se o dia inteiro em frente a capela
onde repousava seu marido, ali ficava para receber os que fossem visitar o túmulo. Hoje ela já habita
no mesmo endereço.
Sempre que vou ao cemitério onde estão meus próximos passo
por uma capela que guarda uma estória muito triste. Uma família morta em
acidente automobilístico, sempre me sensibilizou as lápides com as palavras do
pai e viúvo que sobreviveu ao acidente. São finados que marcaram minha vida sem
ao menos conhecê-los.
Estava a pensar que uma pessoa é no máximo lembrada com
saudades por duas gerações subsequentes, seus filhos e netos com certeza e quem
sabe pelo seus bisnetos vagamente se tiver uma velhice saudável. Depois acaba
sendo apenas um elo na cadeia da vida, uma lápide no cemitério. Assim será para
mim, assim será para você.