Preste atenção. É um silêncio apreensivo; algo a dizer: “Aí que medo”. Ou ainda como uma corrente a pensar positivamente torcendo para que tudo dê certo, que nenhum dos milhares de componentes do avião falhe, que o piloto esteja sóbrio, abençoado e capaz. Na decolagem não se observa tanto pois a plena potência dos motores que impulsionam o bólido flutuante esconde o vazio.
Já no pouso, quando os motores cedem potência para facilitar a descida é bem evidente. Ouvem-se apenas o ruído dos flaps que abrem aumentando a área das asas fazendo com que o gigante do ar mantenha-se sustentado no nada, é neste momento que tudo silencia a bordo. O coeficiente de medo é tanto que nem bem o pássaro de aço corre pela pista ouve-se os estalar dos cintos que desabotoam-se como que a dizer: “Ufa! Desta vez me salvei”.
Depois deste ato tudo é paranóia. Uma sensação enorme de abandonar a aeronave, correr ao encontro de quem se espera ou simplesmente aliviar-se no primeiro banheiro que aparecer, afinal de contas se fosse para voar nasceríamos com asas.
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