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terça-feira, 7 de março de 2023

Lembranças

Na solidão de meu quarto, no silêncio da noite (Nossa que dramático!) estava pensando.
Quantas pessoas, famílias já passaram aqui pelo prédio em que moro?

Muita gente.Tentei estabelecer uma regra para satisfazer minha curiosidade. Digamos que tem uma mudança por ano na média, isso devido ao prazo dos contratos e a decisão dos moradores por motivos diversos. Assim, considerando o tempo de vida, já devem ter passado por aqui umas cincoenta cinco famílias. E se pensar que a família média brasileira tem entre três e quatro pessoas dá um total próximo de duzentas almas.

Lembro das mais marcantes ou aquelas que tiveram algum motivo agradável ou desagradável para serem lembradas. Os casais que não se entendiam, as solteironas, os caloteiros, as fofoqueiras... Lembro do primeiro casal que veio morar aqui, a esposa chamava Geny, e foram eles que atenderam meu pai quando passou mal e estávamos viajando. Lembro da vizinha que num sábado cedo bateu em nossa porta pedindo ajuda pois seu marido havia morrido num acidente de carro durante a madrugada. Lembro do Sr. Raittani, um idoso que cansei de encontrar pelas ruas do bairro calçando sapatos diferentes já que não enxergava direito quando escolhia.
Minha vida se confunde com este prédio.



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