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terça-feira, 24 de maio de 2011

Filosofando sobre fotografia

Ontem fui ter uma conversa com meu amigo fotógrafo profissional de longa data. Dentre os assuntos uma questão filosófica central. A importância da fotografia para o consumidor.

Destas conversas sempre surgem grandes sacadas, ângulos diferentes de ver um assunto que vemos de maneira sistemática e única. É o tal do pensamento lateral em ação. (Lembra do texto sobre este assunto que escrevi aqui?)
Chegamos à conclusão que o produto “fotografia” deixou de ter um valor para o consumidor e passou a ter outro posicionamento. Tentarei explicar.


Faz dez anos quando contratava-se um fotógrafo e do trabalho deste recebia-se um álbum os clientes compravam a perpetuação de um momento em suas vidas, algo para ser visto e lembrado no futuro por muitas vezes.
O que ocorreu. O cliente atual compra imediatismo, ou seja, ele prefere receber um arquivo porque na verdade ele esta preocupado com sua exposição imediata ao grande grupo que pertence, daí aquela foto linda bem tirada serve em baixa resolução porque vai adornar um perfil no facebook ou no twitter.


Lembro um dos primeiros textos que li sobre fotografia, contava que os índios americanos nos primórdios da fotografia recusavam-se a ser fotografados porque acreditavam que a imagem impressa retirava suas almas. Pelo comportamento moderno concluímos que as fotos nada mais são do que personificações de avatares no mundo de faz de conta que é o ciber espaço.
Uma pena já que tal entendimento desvaloriza o lado artístico de uma fotografia e todo o conhecimento envolvido no processo. “Fotografia” quer dizer escrever com a luz. Para alguns ainda tem valor um trabalho bem feito, para a maioria qualquer garrancho serve.

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