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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ações em queda



Ontem cedo minha recebeu uma ligação estranha. Do outro lado alguém dizia ter me seqüestrado. Ao fundo alguém, fazendo-se passar por mim, dizia coisas como: “Mãe me ajuda”. Era um golpe. Estavam pedindo dez mil reais. Esta valendo bem o quilo desta carne, se considerarmos meus oitenta quilos dá, mais ou menos, cento vinte e cinco reais o quilo. Logo eu que ando meio em baixa, assim valorizado e nem sabia, que privilégio.
Em que pese seus quase noventa anos, e com relação à lucidez não podemos nos queixar de mamãe, ela fez a coisa certa. Desligou o telefone e tratou de me localizar. Rapidamente conversamos e ela ficou sem dúvidas a respeito da minha situação.
Tornaram a ligar. Ela atendeu aos meliantes, desta feita já não pretendiam os dez mil reais, estavam a fim de trocar-me por alguns míseros créditos de celular. Que decepção. Minhas ações estavam em queda acentuada no mercado. Minha mãe, negociadora sagaz, encerrou a negociação.
Sentenciou: “Mata ele e me manda a orelha”.
Minha mãe, aquela que me deu a vida, se contentaria com a minha orelhinha?
Provavelmente, em posse de minha orelha, diria: “Filho! Quantas vezes eu falei para usar cotonete?”
Brincadeiras à parte, o fato realmente aconteceu. Ficaram alguns ensinamentos.
Primeiro: Não publique seu nome em listas telefônicas, elas são obsoletas e só servem para quem esta nos presídios, ainda mais se você tiver um nome parecido com Giuseppina que lembra uma pessoa de idade.
Segundo: Não atenda ligações a cobrar, a menos que tenha combinado com alguém sobre isto.
Terceiro: Diriam os americanos, “Don´t panic” (não entre em pânico). Procure entrar em contato com a pessoa em questão, fale com outras pessoas sobre o ocorrido. Hoje em dia é fácil, todo mundo tem um celular, inclusive os bandidos no presídio.
Quarto: Negocie. Não pague dez mil reais por alguém que não vale mais do que uma orelha.

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