É normal que aos cincoenta anos alguns nós de meu autoconhecimento já tenham sido desatados. Um deles que me acompanhou por longo período foi com relação à minha semelhança. Explico.
Como meu pai faleceu enquanto era muito pequeno restaram-me dele algumas poucas fotos, ficou a minha mãe, porém nunca consegui identificar algo de semelhança com minha mãe nem com seus familiares. Sempre identifiquei em mim traços de meu pai, mas nunca com muita convicção e estas referências foram ficando limitadas às poucas fotos que temos dele.
Por muito tempo cheguei a me identificar muito mais em semelhança com minha irmã do que com meus pais. Fato que não foge a verdade, pois ambos, eu e ela, temos traços de meu pai.
Inevitável olhar-me no espelho pelo menos uma vez ao dia, esta dúvida sempre me acompanhou.
Existiu alguém na cadeia familiar a quem poderia usar como referencial?
Este é um daqueles questionamentos que levarei comigo sem conseguir responde-lo em vida. Este nó também desatei, mesmo porque parecer-se com alguém não é a coisa mais primordial desta vida, o importante é ser alguém e sobre isto eu respondo com muita segurança:
Sou Renato e tenho a cara de mim mesmo.
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