Lembro que em uma de minhas viagens para Itália fui bombardeado por parentes e conhecidos sobre a questão dos “bambinos de rua” como chamavam os nossos meninos de rua. Tive que dar muitas explicações sobre o grave problema social de nosso país que era vendido ao exterior por redes de TV e filmes, uma bela maneira, diga-se de passagem, de aumentar a “boa” imagem de nosso país lá fora. Confesso que cheguei à beira do nervosismo em sentir que os gringos faziam uma imagem muito maior da gravidade do problema, chegavam ao ponto de pensar que criancinhas eram usadas como alvo para prática de tiro. Besteira, deixa prá lá.
Bom, recentemente Luiza descartou em meu carro um casaco de um amigo que fora abandonado em sua casa. Quase novo não permiti que o mesmo ficasse lá jogado às traças e deixei comigo no carro a fim de doá-lo a alguma criança carente. Surpreso fiquei, pois levei o casaco passear por mais de um mês no banco traseiro, ou seja, não fui abordado por nenhuma criança em sinaleiros por onde passei, nem pedindo e nem vendendo nada. Consegui entregá-lo a um menino que pedia dinheiro na esquina da Kennedy com a Brigadeiro Franco. Será que algo ocorreu para resolver este grave problema em nossa cidade?
Se alguma ação foi tomada de qualquer maneira houve falha porque não houve divulgação, não pelo menos que tenha visto.
Na Gazeta de hoje tem uma notícia que fala em dois mil e setecentos moradores de rua em Curitiba, tem até uma estatística definindo bem que tipo de pessoas encontram-se nesta situação, o link: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1141117&tit=A-Curitiba-do-sereno.
Vejam, que interessante. Depois que a Cruz Vermelha passou a ter status de hospital universitário, ou seja, cresceu devido à associação com a Unicemp, passou a receber muitas pessoas que vem do interior para tratamento, nesta situação quando saio com Tyson pelas ruas próximas noto freqüentemente que certos locais abrigam pessoas que passam a noite quase que ao relento. São em verdade acompanhantes de pacientes que não encontram local para ficar. Esta na hora de fazer alguma coisa.
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