Este é um espaço de expor idéias, desenvolver projetos, discutir, relembrar, entreter-se, rir, chorar, pensar. Aqui você encontrará de assuntos sérios aos mais banais, tratados com bom humor e simplicidade sob a minha ótica, o que necessariamente não quer dizer que sejam verdades absolutas. Divirtam-se.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Décade de 70 - Lembranças I
Ao escrever o ultimo texto sobre o fim de semana coloquei-me a pensar de como os costumes mudam, principalmente os de consumo. Quem tem lá seus cincoenta anos entenderá melhor do que estou falando.
Quero lembrar um pouco de como eram os finais de semana no final da década de setenta inicio dos anos oitenta. Sábado era dia da feirinha hippie que acontecia na Praça Zacarias, era o sonho de todo jovem vender alguma coisa na feirinha pra levantar uma grana, eu mesmo fiz muita pulseira de fio de cobre com miçangas.
Domingo à tarde era bom ir passear na Batel, passar em frente à Maria Pia, confeitaria que ficava quase em frente ao castelinho do Batel, as meninas mais bonitas da cidade estavam lá, a estratégia era a seguinte: pegava o fusca, reclinava o banco concha, segurava bem a direção formula um, colocava uma fita no TKR que jogava seu som nos twitters da marca Selenium, se considerar com o som automotivo moderno aquilo mais se parecia com um vespeiro.
Quem tinha namoradinha ia dar uns amassos lá no estacionamento do Hamburgão ou do Ilha.
Voltando um pouco mais no túnel do tempo o pessoal que gostava de fazer racha encontrava-se em frente à lanchonete Tipiti Dog, que ficava na esquina da Comendador Araujo com a Brigradeiro Franco e dali largavam com seus Fuscas, Chevetes, Brasílias, Corcéis num trajeto circular que descia a Vicente Machado e retornava pela Comendador. Quem chegasse primeiro ganhava um x-salada.
Os bacanas da época iam ao Jackie-O, discoteca que marcou este período, quem não tinha pro ingresso ia a festa mesmo, que aconteciam nas casas, e toda semana tentava-se entrar em alguma, convidado ou não (o que era muito mais interessante). Sábado à noite nos reuníamos sempre em frente ao prédio onde morava meu amigo Camilo, ali na Frei Caneca, centro. Dali campeávamos algum evento para freqüentar. Era sempre assim, um era o convidado e acabava levando cinco não convidados, os populares perus de festa.
Lembro numa destas em que um dos perus era este ser que escreve acabei tirando uma moça muito bonita pra dançar, tocava uma daquelas seleções de músicas lentas em que aproveitávamos para dar um amassos. Enquanto dançava notei que todos estavam nos olhando. Eu achei que estava abafando com a moça mais bonita da festa. Triste final; determinado momento ela interrompeu a dança falando ao meu ouvido algo assim: ”Podemos parar agora? A patroa esta me chamando pra servir os docinhos.”
Dito isto a um adolescente não preciso dizer que paguei o mico o restante da noite. Estórias que a gente nunca esquece. Até hoje tenho certeza que a moça com quem dancei era mais bonita do que a dona da festa.
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