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quinta-feira, 29 de maio de 2014

O derradeiro beijo

Enquanto retornava de viagem hoje vinha pensando na vida. Nas alegrias, nas tristezas, nas decepções e surpresas. Lembrei-me dos últimos dias de mamãe.
Já dei muitos beijos na vida. Beijos de afeto, de amizade, de paixão e de agradecimento, mas nenhum me marcou tanto como o derradeiro beijo dei em minha mãe quando estava em seu leito de morte. Foi o ultimo de tantos que dei ao longo de toda sua vida. Nunca fui uma pessoa contida, sou emotivo e gosto de demonstrar meus sentimentos.  
É estranho lembrar isto agora, justifica-se a atitude, pois sempre fui afastado destes ritos de morte como velórios e enterros. Lembro que emocionado pela perda tinha seu corpo a minha frente solene e sereno como se dormisse a sua soneca tradicional de depois do almoço. Aproximava-se a hora da real despedida física. Fecharíamos o caixão e a levaríamos para o túmulo.
Tomado de emoção e ciente de que depois desta oportunidade não a tocaria mais, aproximei-me e beije-lhe a fronte, um beijo de adeus, mas também um beijo de respeito e agradecimento.

Já dei muitos beijos nas suas várias formas em pessoas que não o fizeram por merecer. Amigos, parentes, enfim pessoas que me decepcionei porque de alguma maneira me iludi em demonstrar demasiado afeto. Posso dizer que aquele foi o beijo mais importante da minha vida. Beijo qual nunca me arrependerei de ter dado. Havia selado ali a passagem da minha mãe para o mundo dos mortos e até quando nos encontrarmos novamente ficarei com a lembrança daquele beijo.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Requisitos

Conheci pessoas que morreram  sufocadas  com as palavras que nunca disseram. Gente incapaz de falar de seus sentimentos, pessoas em que o sorriso cínico que oras parece meigo nada mais é do que a grade cerrada da alma.
Me afasto de gente assim, gosto de pessoas com o coração vibrante, que riam com facilidade e se emocionem com maior facilidade. Gente de verdade, capaz de falar de seus sentimentos com a mesma simplicidade de uma criança e a com sabedoria de um ancião.
Amo gente assim. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Tecnologia

Já havia falado que a tecnologia te aproxima de quem esta longe e te afasta de quem esta perto,com os nossos equipamentos que te levam a  China  e te tiram do convívio de amigos e familiares.
Encontrei o vídeo que estou postando que conta um pouco do dilema do século XXI, assista:
https://www.youtube.com/watch?v=EPoUKDuGMLg

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Frases e pensamentos

“Não seria o caráter que deveria impressionar as pessoas?”

“Aprendi com a vida que ninguém suja a imagem de uma consciência limpa’.”

“Hoje em dia as pessoas sabem o preço de tudo, mas não sabem o valor de nada.”

“Não importa o quão forte você golpeia, mas sim quantos golpes você aguenta levar e continuar em frente. Assim é a vida!”


Autoria de Zé Love, jogador de futebol

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Um legado para meus descendentes

Ontem estive no jogo teste da nova Arena. Fazia mais de dois anos que não via uma bola rolar no templo sagrado do Furacão. Fomos eu e meu filho Luciano. Por conta desta ocasião estava pensando.
Eu fui criado na paixão pelo Atlético num estádio onde as arquibancadas eram de tijolos expostos, tendo arvores como sombra e um gradil que dava ar de jaula à praça esportiva; e já era bom.
Já meu filho foi formado numa arena pela metade, mas com muito conforto, praça de alimentação, cobertura outros confortos. Era melhor ainda.

Agora nos é apresentada a nova Arena, não para mim, nem para meu filho, mas para uma nova geração de atleticanos que estão sendo formados no padrão FIFA. Aguardem vem aí a nova geração dos“De Luca” atleticanos, a geração dos meus netos, afinal esta no sangue esta paixão rubro negra.

sábado, 10 de maio de 2014

Frases e pensamentos

Esta semana ouvi uma pérola. Em Ponta Grossa, um velho senhor falando sobre o mundo louco em que vivemos: "Moço! Sou de um tempo em que era bonito fumar e feio dar a bunda. Hoje tá exatamente o contrário".

Vô Xixo

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Victor Hugo (tradução por Vinícius de Moraes)


Desejo primeiro, que você ame
e que amando, também seja amado,
e que, se não for, seja breve em esquecer
e, esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo pois, que não seja assim,
mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos que,
mesmo maus e inconseqüentes,
sejam corajosos e fiéis,
e que em pelo menos num deles
você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
desejo ainda que você tenha inimigos;
nem muitos, nem poucos,
mas na medida exata para que, algumas vezes,
você se interpele a respeito
de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
para que você não se sinta demasiado seguro.


Desejo depois que você seja útil,
mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
quando não restar mais nada,
essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante;
não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente,
e que, fazendo bom uso dessa tolerância,
você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
não amadureça depressa demais,
e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer
e que, sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo, por sinal, que você seja triste;
não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra que
o riso diário é bom;
o riso habitual é insosso
e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra,
com o máximo de urgência,
acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos,
injustiçados e infelizes; e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
alimente um Cuco e ouça o João-de-Barro erguer,
triunfante, o seu canto matinal;
porque assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
por mais minúscula que seja,
e acompanhe o seu crescimento,
para que você saiba de quantas
muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo outrossim, que você tenha dinheiro,
porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano,
coloque um pouco dele na sua frente e diga "isso é meu",
só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum dos seus afetos morra,
por ele e por você,
mas que se morrer, você possa chorar
sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você, sendo um homem,
tenha uma boa mulher;
e que, sendo uma mulher, tenha um bom homem;
e que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes.
E, quando estiverem exaustos e sorridentes,
ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,
não tenho nada mais a te desejar.

Cada cachorro com seu dono

Para mim cachorro é que nem camisa. Tem que combinar com o dono.
Convenhamos, homem passeando com cachorro de madame é muito estranho, assim como o contrário também, mulher com Pitbull não orna. De tal forma penso que Mike Tyson combina comigo.
Estranho vi hoje  no passeio da noite com Tyson. De um prédio saiu um oficial do exército, fardado, carregando na coleira um ornamentado poodle. Dane-se a imagem máscula que as forças armadas exigem, a mulher do general é mais braba.
Ele, coitado, deve ter chegado da caserna em casa e ouviu a frase: "Vai levar a Frufru passear agora".
Se isto não ocorreu a estória é pior ainda.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Getúlio

Seguindo minha predileção por história, ontem fomos assistir o filme Getúlio, estrelado por Tony Ramos (o homem macaco). 
Não acreditei, em determinado momento do filme o personagem Getúlio Vargas é pego jantando. No prato legumes, arroz e um belo filé de  carne. No diálogo com sua filha comenta que não sente mais saudades da carne do Rio Grande do Sul e pois a de São Paulo esta muito boa.
Sabe por que de tudo isto?
Porque o Tony Ramos é garoto propaganda (ou idoso propaganda) da Friboi. Lembra?
Chega a ser engraçado porque em nenhum momento é citada a empresa, mas todos os espectadores sabem que a carne esta na cena para ser associada a marca. Coisas do marketing.
No mais o filme é bom, bom como estão os filmes nacionais ultimamente. Retrata bem o momento histórico que culminou com o suicídio do presidente. Opinião deste escriba: Vale a pena assistir Getúlio mesmo que tenha que engolir a Friboi no contexto.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O muro e a mulher

Que noite estranha. Primeiro às três horas uma batida forte e gritos de chamem uma ambulância. Acordo, corro para a janela e vejo  uma reluzente BMW encrustada no muro do hospital. Pobre muro tantas vezes violado. Presencio a cena e quando noto que acionaram o resgate volto para cama.
Amanhecendo um abrir forte de janela me acorda. O vizinho chegou e resolveu respirar. Paciência. Acordo e levo o gordo para seu passeio matinal, afinal já estava na hora. Chegando no terraço encontro uma  mochila, o que me  fez  supor que alguém foi roubado e os ladrões jogaram fora o que  não era de seu interesse. Abro a mochila para ver se identifico seu proprietário. Dentro encontro celular e cartões de crédito no nome de uma mulher. 
Que coisa estranha?
Por quê não ficaram com tudo?
O celular esta ligado e bloqueado no silencioso o que não me permite identificar algum telefone da dona. Vou passar parte do dia com ele a meu lado para ver se toca.
Que noite estranha. Que dia estranho 
Quem será a dona?