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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Reflexões sobre a vida e a ... vida

Quando somos crianças naturalmente ocorre um sistema de proteção da nossa relação com a morte. É como se tivéssemos barreiras protetoras entre nós e o fim da vida. Sabe-se que os mais velhos irão morrer primeiro, então no berço familiar, os avós puxam a fila, depois os pais, os tios e por aí vai. Claro que não estamos considerando as mortes acidentais que podem ocorrer no caminho, o que quebra este entendimento.

Fato é que à medida que vamos passando no tempo a fila invariavelmente vai andando e por consequência as barreiras caindo. Até que chega nossa vez de liderar a fila. É justamente sobre este sentimento de finitude que quero falar colocando-me como exemplo inclusive.

Não tendo conhecido meus avós já que todos faleceram antes de meu nascimento, meus pais se tornaram minha barreira de proteção. Com meu pai falecendo quando tinha oito anos, restou minha mãe como essa proteção psicológica. Felizmente ela foi longeva partindo com noventa e dois anos e me deixando com cincoenta e quatro anos na cabeceira da fila.

Confesso que essa posição mexeu muito comigo. Me fortaleceu na fé, no psicológico e no entendimento da vida.
Claro que não vou ficar falando deste assunto com meus filhos e netos porque talvez não tenham preparação para entender já que este crescimento não se ensina, se aprende sozinho. Assim na virada de ano quando me perguntarem o que mais espero para o ano que chega, responderei: “Viver”.

Nota: Este texto, essa reflexão foi motivada por perda de pessoas que em algum momento passaram por minha vida.



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